
“Se gritar Pega Ladrão não fica um meu irmão” já dizia Bezerra da Silva.
E não fica mesmo.
Ainda mais quando vivemos num Mundo de Plástico – descartável,
monopolizado por conceitos consumistas, vaidosos e de alta competitividade,
impostos por meios de comunicação de massa, necessidades de mercado
e um sistematizado processo de aculturação
– não fica um meu irmão.
Em Pega Ladrão os Saudáveis Subversivos provocam a reflexão através de um distúrbio moral, sem vergonha e cara de pau.
Um recorte didático, visceral e tristemente cômico do universo criminal
caracterizado pela banalização da violência na programação diária dos meios de comunicação.
Os personagens são cinco Clóvinis (clowns clichês, irresponsáveis e vagabundos), engolidos pela urbanidade antropofágica.
Dois malandros, um policial, uma misteriosa auxiliar de serviços gerais de um banco e uma pseudo poderosa Voz do Além.
Ladrões envolvidos numa ridícula e absurda investigação policial.
Discutir a criminalidade de forma aberta e divertida é o foco primordial desta pesquisa, apresentada em formato de uma produção teatral.
Pois a ação social aliada a uma pesquisa de linguagem sistematizada pressupõe uma democratização de informações de utilidade pública
de acesso direto a toda comunidade, independente do seu nível de instrução ou crença.
Pega Ladrão apresenta um painel da violência social cotidiana
e ao mesmo tempo coloca uma série de questões pertinentes para a reflexão do público em geral.
Pega Ladrão é fruto de um intenso trabalho em nível conceptual e temático
que busca uma simplificação didática de dados oriundos do universo criminal,
concentrando-se nas causas geradoras da criminalidade.
Dentro desta pesquisa não nos interessa apresentar fatos isolados
do contexto histórico e social de subjulgamento a que está condicionado o mundo capitalista globalizado.
Criamos um universo fictício dentro de um panorama metafórico exacerbado
de uma efemeridade sócio-industrial proporcionado pela metáfora do “Mundo de Plástico”,
apresentando três “palhaços” engolidos por esta urbanidade antropofágica.
Dois ladrões e um policial.
números neste “Mundo de Plástico”.
Um palco cercado de sacolas plásticas, a ponto de invadir todo o público e criar uma luminosidade suja, opaca e desconfortável.
Buscase com esta ambientação ressaltar o desperdício dos costumes,
provocando uma reflexão sobre este panorama sócio-cultural do consumo descontrolado.
A sonoplastia é o resultado de uma pesquisa musical que traz alguns
dos primeiros experimentos da eletrônica dentro da música de vanguarda em diversas partes do mundo.
Ficha Técnica:
Concepção e Direção: Glauber Xavier
Assistente de Direção: Valéria Nunes
Elenco: Flávio Rabelo Marcia Danielli, Robert Santos, Valéria Nunes, Glauber Xavier e Ábia Marpin
Trabalho Psicofísico do Ator: Thiago Sampaio
Cenografia e Figurino: Glauber Xavier
Iluminação: Erisvaldo Tavares
Operação de Luz: Erisvaldo Tavares e Marcelo Dogat
Apoio a Pesquisa: Fernando Coelho
Orientação de Pesquisa Criminal: Erisvaldo Tavares
Maquiagem: O Grupo
Arte Gráfica: Canel Junior e Fernando Coelho
Assessoria de Imprensa: Fernando Coelho
Fotos: Renata Voss, Fernando Coelho e Jean Charles
Produção: Glauber Xavier, Valéria Nunes e Erisvaldo Tavares